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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sete ideias do Tio Sam para o PS dinamizar as eleições Primárias

No dia 28 de setembro o País vai viver as suas primeiras primárias para escolher um líder de um partido, com os portugueses a serem chamados a escolher o secretário-geral do Partido Socialista. Apesar de François Hollande já ter sido assim escolhido como candidato do Partido Socialista Francês, não há país que saiba mais de primárias do que os Estados Unidos. Vejamos o que têm os norte-americanos para ensinar ao PS. Em sete ideias.

1. 'Supercouples'


















"Segureitas" ou "Costadeu" são nomes que não soam tão bem como "Billary" (Bill+Hillary) ou "Brangelina" (para dar o exemplo fora da política). Os americanos são mais despudorados que os portugueses, que protegem (e bem) a vida privada dos seus políticos. Ter atos de campanha com as respetivas mulheres não deixava, no entanto, de ser uma sofisticação interessante da nossa política. Ainda que timidamente Passos já o fez com Laura, Soares com Maria Barroso, etc. Fica a sugestão.


2.Chuck Norris



Se os Gato Fedorento conseguiram trazer Steven Seagle para um exótico programa de 5 minutos na TV, porque não os candidatos à liderança do PS tentarem o apoio de uma estrela de Hollywood? Em 2008, Mike Huckabee contou com o apoio de Chuck Norris durante as primárias republicanas. Não lhe valeu de muito, pois John McCain acabou por ser o escolhido dos elefantes a defrontar Obama. Mas quem sabe, Van Dame, por exemplo, talvez conseguisse pôr um pé no Rato e outro em S.Bento.

3. Caucus

Vamos imaginar, por exemplo, que o distrito de Portalegre escolhia o seu apoiante por braço no ar, em reuniões com meia-dúzia de militantes do PS. Não deixava de ter a sua beleza poética. Até  dava a ideia semiótica de que o socialismo já teria voltado a sair da gaveta.

4. Tea Party ou Sarah Palin

Nas primárias do PS teremos Guterristas, Socráticos, Costistas, Seguristas, Jovens Turcos, Poetas, Senadores e Fundadores (ignorar redundâncias). Porém, falta o lado divertido da coisa. Uma espécie de Tea Party à esquerda (uma facção socialista que defendesse, por exemplo, o fim da propriedade privada, a nacionalização do tecido empresarial, a perseguição de ex-Pides e a saída da UE). Infelizmente não há. Nem sequer uma Sarah Palin para animar a coisa. Estamos condenados a contentar-nos com acusações como Renato Sampaio a chamar estalinista a Brilhante Dias e com a criatividade de Costa que já chamou Dona Inércia ao Governo. O que chamará a Seguro?

5. "Segurogirl" ou "Costagirl"

Nas primárias democratas de 2008, Obama contou com uma preciosa ajuda no Youtube na corrida à liderança democrata: a Obamagirl. O vídeo "I got a crush on Obama" foi na altura um êxito (26 milhões de visualizações, assim ao nível do "Não Me Toca" do Anselmo Ralph). Uma Segurogirl ou uma Costagirl podiam dar um bom élan à campanha. Não seria um apoio com o peso do de Armando Vara ou de Jorge Coelho, mas dava jeito na luta das redes sociais. Não há nada melhor que ser viral.
  

6. Teorias da Conspiração

















Se há uma coisa que as máquinas eleitorais dos Estados Unidos são profícuas é em fabricar Teorias da Conspiração. Desde a teoria de que o Obama é o Anti-cristo até à de que este seria de descendente de Saddam por partilharem o apelido Hussein. Em Portugal, já circulam pela Net imagens de Costa e Seguro, dizendo que tanto um como o outro são escolhas do Clube de Bilderberg (Costa participou em 2008 e Seguro em 2013). Mais exóticas são outras teorias como as de que António Costa já desempenhou o papel de agente disfarçado em Angola. Tudo devido às alegadas semelhanças que tem com Mariana Assis, presidente do Conselho Fiscal do Banco de Fomento de Angola.

 

7.Criatividade














As entourages socialistas até têm fama de serem criativas.  Basta ver como os apoiantes de Costa, nas autárquicas, materializaram (ver imagem em cima) a vitória do socialista sobre Seara. Outro exemplo da criatividade socialista, deu-se logo a seguir ao anuncio de António Costa de que estava na corrida, quando um cartaz exigia entre a multidão do Rock in Rio: "Tozé marca o Congresso" (ver imagem em baixo). Portugal está a anos-luz dos EUA neste aspeto, mas se há algo a aprender com as primárias norte-americanas é que a criatividade é um dos segredos do sucesso.


















terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Eu, hipócrita, me confesso: A praxe sob o teorema de Moutinho

























Ponto prévio: Fui praxado e praxei. Tinha 18 anos, nunca humilhei ninguém nem nada que se pareça, mas sinto vergonha de ter feito parte dessa instituição saloio-repressiva que é a praxe. Não sou anti-praxe, mas não consigo - mais de nove anos depois de ter sido "doutor" - ser a favor da praxe, nem tão pouco gostar dela.

Por muito que alimentasse o meu ego de puto-estúpido ter cerca de 40 pessoas às minhas ordens, direito que ganhei pelo mérito (pasme-se) de ter entrado na universidade um ano antes dos caloiros, não consigo gostar de ter feito parte dessa organização bafienta que até mantém o uso da Língua morta (o Latim subsiste, curiosamente, na praxe e no Vaticano).

Eu acreditava que as pessoas eram livres de dizer que não às minhas ordens, mas nem um santo acredita que não há ali - ainda que ao de leve e na mais inofensiva e bem intencionada das praxes - resquícios de coação psicológica.

Tenho orgulho de, em editorial do jornal A CABRA, perto do final de um ano académico, ter criticado o Dux de Coimbra (hoje é o mesmo), bem como o Conselho de Veteranos e a hierarquia assente na asnidade. Já aí, felizmente, por força da maturidade, a Razão começava a sobrepor-se ao Carneirismo acéfalo.

Cresci e hoje não acho mesmo piada nenhuma à praxe. Venham os meus colegas de curso dizer que em Coimbra, blá,blá,blá a Praxe é fixe. Não posso concordar que uma pessoa, num país livre, numa cidade com uma tradição democrática como Coimbra, tenha de estar em casa às 00h01 para não ser violentado por uma trupe de cobardolas de cara tapada. É inadmissível. E não me venham dizer que há a hipótese de dizer que não somos pela praxe, porque (no caso das trupes) não é verdade.
Pois é, eu venho dizer isto de barriguinha cheia depois de ter praxado, daí ser um hipócrita. Mas não conseguia guardar mais este rancor à praxe. Hoje, cara praxe, ajustamos contas.

Eu pensava que estava a fazer bem quando mandei os meus "subordinados" insultar as meninas de Direito, a dizerem que viram as mães dos tipos de Farmácia e de Medicina no Sexy Hot e a imitarem os D-ZRT. Mas, hoje, sei que era muito melhor estarmos todos, doutores e caloiros, como iguais que éramos, a conversar em tertúlia no Couraça, no TAGV, nas amarelas ou noutro sítio qualquer. Dir-me-ão que não fiz nada de mal. É verdade. Mas perguntem a um chefe da repartição de finanças da Alemanha em 1940 se ele (mesmo sem ser nazi nem ter feito nada de mal a não ser cobrar impostos) se se sente orgulhoso de feito parte - ainda que ao de leve - daquele todo. Duvido.

Atenção: Não estou a comparar a praxe ao nazismo. Volto a dizer que não sou anti-praxe, porque há bons exemplos de comissões de boas-vindas, que servem, realmente, para integrar (Veja-se os bons exemplos dos grupos de voluntários que recebem, orientam e integram os Erasmus...). Não é possível acabar com a praxe. Mas é possível mudá-la. A praxe (também) tem coisas boas.

A praxe, com os tentáculos que tem hoje, está para o ensino superior como o João Moutinho estava para o Sporting de Bettencourt e Paulo Sérgio. É uma maçã podre. Ou como muito bem cantou Sérgio Godinho: uma maçã com bicho.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Gatos, ratos, veados e minaretes

















Para começar, um bocadinho de poesia, em homenagem a um livro do Manuel Alegre, que por acaso é prosa, mas dá pelo nome de “Cão como nós”. Cá vai:

Five cats is to much
One mouse too
Policies like that
Should be at the Zoo


Portugal está cada vez mais próximo dos Estados Unidos e não é só na dívida brutal, nem por culpa de potenciais transbordos de armas químicas, mas sim por propostas bizarras, oriundas de órgãos de soberania. Eu sei que é difícil chegarmos ao nível de "bizarrice" dos EUA: É preciso lembrar que no Alabama é proibido andar com gelados no bolso; Na Califórnia não se pode andar de bicicleta dentro de uma piscina; no Hawai não se pode carregar moedas na orelha; No Texas os jovens não podem ter cortes de cabelo alternativos; No Delaware são proíbidas as calças de cintura apertada; No Arizona é proíbido aos cidadãos terem mais de dois dildos em casa; No Wiscosin os restaurantes estão proibídos de vender torta de maçã sem queijo; Entre outras.

Não chegamos aos calcanhares do Tio Sam, mas estamos a esmerar-nos para isso, como demonstram os últimos meses. Talvez a proposta que mais se aproxime dos norte-americanos seja a de cadastrar os pais fumadores. Mas vamos à poesia e aos gatos (com promessa de não haver referência à Autobiografia Sumária de Adília Lopes). Comecemos pelo primeiro verso:  Five cats is to much. É verdade: houve uma proposta do Ministério da Agricultura que pretendia limitar o número máximo de animais domésticos a 2 cães e 4 gatos. A proposta veio de um ministério CDS, mas isso não impediu o deputado do CDS de considerar a proposta de “fascismo higiénico”.

Há dias o ridículo voltou a surgir em forma de proposta, mas pela mão de um rato. O procurador João Rato – a pedido da Procuradoria Geral da República –  foi o autor de um relatório que propunha a realização de escutas a jornalistas, juízes e magistrados para combater as violações do segredo de justiça. Ou seja, mandava-se a água do banho fora com o menino lá dentro. O menino era a democracia, que seria sacrificada devido à incompetência do próprio Ministério Público em manter os seus processos confidenciais.

Por último, os veados. Sim. Falo-vos da proposta de referendo à adoção e co-adoção por parte de casais homossexuais. Calma. Alcamem aí os ímpetos arco-íris e não me acusem já de homofobia. Odeio a palavra “veado” para definir um homossexual ou qualquer outra que tenha um sentido ofensivo ou insultuoso (No filme Declaro-vos marido e...marido parece que "picolho" é bem pior). O que eu acho é que o referendo à adoção e co-adoção é o mesmo que chamar “veado” a um homossexual. É insultuoso, vulgar, retrógrado, reacionário e ofensivo.
A proposta de referendo hoje aprovada no Parlamento entra para o anedotário nacional. Para já, porque é uma hipocrisia em si mesma, quando neste momento, na prática, já existe adoção e co-adoção homossexual. Um pai homossexual que tenha a guarda de um filho, pode viver e casar com outro homem. Não há nada que o proíba. Há é uma falta de consagração de direitos de um progenitor sobre um filho em caso de separação ou falecimento do companheiro. O que é inadmissível.

Nos próximos meses não faltarão os profetas da desgraça ao estilo Fox News a alertarem para todos os males que a adoção por casais homossexuais pode ter. Aposto que vai haver estudos "científicos" e tudo. Mas o amor não tem género ou orientação sexual e se a adoção e a co-adoção forem chumbadas em referendo, o País anda uns anos para trás. É uma “vergonha”, como se gritou nas galerias.

Já para não falar dos milhões que se vão gastar com o referendo, falando em bom troikês. A adoção por casais homossexuais devia ser votada na Assembleia da República. A atual maioria obriga-me aqui a chegar ao ponto de citar Sócrates, o político: “Às vezes uma maioria tem de defender os direitos de uma minoria”. Hoje pôs-se um assunto sério na mão da democracia participativa, onde proliferam episódios vergonhosos, como a proibição de minaretes na Suíça. O povo tem a palavra. Veremos como decide. Veremos como decidem aqueles que andaram a partilhar fotos do Mandela nas redes sociais com letras de WordArt por cima. Não me importo que, por defender isto, me chamem veado. Não tem mal. Antes cervo em nome da evolução dos costumes, do que servo dos costumes.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz Navidad aos políticos portugueses


Não. Este não é um texto sobre o Iberismo. Até porque desde a morte de Saramago (e tendo em conta a taxa de desemprego de nuestros hermanos) que os fulgores iberistas se acalmaram. Ainda não é desta que o País é gerido a partir da Moncloa. Além de não ser sobre o Iberismo, nem sequer é um texto. É um pretexto. Como a troca de presentes natalícia já se finou em Portugal em 2013, dá-me jeito evocar o Natal à Espanhola para atribuir prendas a alguns dos líderes políticos portugueses. Aqui ficam as minhas sugestões:

A Pedro Passos Coelho oferecia a Constituição da República Portuguesa Anotada, de Vital Moreira e Gomes Canotilho, para que o primeiro-ministro evite que a principal oposição venha do (palácio) Ratton, em detrimento do (Largo do) Rato. Depois, como ele se portou muito bem em 2013, ainda o presenteava com um curso de Defesa Pessoal com o Chuck Norris - o único verdadeiramente  capaz de travar o Steven Seagal, que anda por aí a soldo dos Gato Fedorento.




O sapatinho de António José Seguro seria preenchido com o DVD do P.S. I Love You, comédia romântica de 2007. Não pelo drama, mas para o secretário-geral do PS se inspirar no título e tentar cativar as hostes socialistas. Caso as Europeias não corram bem, estará, certamente, em apuros. 2014 é um ano que vai definir se Seguro é um Ferro Rodrigues v2.0 ou um Sócrates v2.0. Dava jeito ser o segundo por dois motivos: para se aguentar tempo suficiente para ir a votos em Legislativas e para manter um apoio com percentagens norte-coreanas no PS. O segredo está no amor. Que Seguro ame o PS, para o PS o aprender a amar. Até porque, como disse o seu antecessor: "O Amor não é para ser entendido, é para ser vivido".
            
                                     


A prenda que daria a Jerónimo de Sousa seria o livro a História do Partido Comunista Português, de João Madeira. É que o secretário geral d’O Partido comemora, neste ano de 2014, uma década à frente do PCP, estando a dois anos de igualar a longevidade de Carvalhas. Jerónimo é parte da história do partido comunista e não é desde que é líder, mas desde que iniciou a sua atividade parlamentar como o jovem deputado que não queria ser chamado de doutor nem de engenheiro.

                         


A Paulo Portas oferecia um Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora para que saiba o significado da palavra irrevogável. Além disso o dicionário é laranja, o que ajudará o líder centrista a não estranhar tanto a cor dos companheiros de Governo. Já agora cá está uma definição da palavra num dicionário:
irrevogável (do latim irrevocabilis, -e); adjectivo de dois géneros; 1. Que não se pode revogar; 2. Definitivo.; 3. Que não torna atrás.




Catarina Martins e João Semedo oferecia uma dúzia de Barretes, da Cabana dos Parodiantes de Salvaterra de Magos, para matarem saudades dos tempos em que o Bloco de Esquerda tinha uma autarquia. Tendo em conta o sucesso do Bloco de Esquerda no ano de 2013, oferecia ainda o documentário O Desastre de Chernobyl para que percebam que as coisas bicéfalas (ou tricéfalas) só são normais na mitologia da Antiguidade Clássica.



Por fim, ao Presidente da República oferecia o São Horas de Acordar, um livro infantil da editora Horizonte, o livro O Escândalo do BPN, da Gradiva, e ainda As Funções do Presidente da República, de Luís Barbosa Rodrigues. 




São prendas de 6 de janeiro, mas dadas com muito carinho, já compradas com euros de faces letãs e aconselhadas por dois reis magos: o Belchior e o Baltazar. O Gaspar perdeu toda a sua credibilidade, desde que o deputado comunista Honório Novo disse que tinha um gato com o seu nome.