Não. Este não é um texto sobre o Iberismo. Até porque desde a
morte de Saramago (e tendo em conta a taxa de desemprego de nuestros
hermanos) que os fulgores iberistas se acalmaram. Ainda não é desta que o
País é gerido a partir da Moncloa. Além de não ser sobre o Iberismo, nem sequer
é um texto. É um pretexto. Como a troca de presentes natalícia já se finou em Portugal em 2013, dá-me jeito evocar
o Natal à Espanhola para atribuir prendas a alguns dos líderes políticos portugueses.
Aqui ficam as minhas sugestões:
A Pedro Passos Coelho oferecia a Constituição da República Portuguesa Anotada, de Vital Moreira e Gomes Canotilho, para que
o primeiro-ministro evite que a principal oposição venha do (palácio) Ratton, em detrimento do (Largo do) Rato. Depois, como ele se portou muito bem em 2013, ainda
o presenteava com um curso de Defesa
Pessoal com o Chuck Norris - o único verdadeiramente capaz de travar o Steven Seagal, que
anda por aí a soldo dos Gato Fedorento.
O sapatinho de António
José Seguro seria preenchido com o DVD do P.S. I Love You, comédia romântica de 2007. Não
pelo drama, mas para o secretário-geral do PS se inspirar no título e tentar cativar as hostes socialistas. Caso as Europeias não corram bem, estará, certamente, em apuros. 2014 é um ano que vai
definir se Seguro é um Ferro Rodrigues v2.0 ou um Sócrates v2.0. Dava jeito ser
o segundo por dois motivos: para se aguentar tempo suficiente para ir a votos em Legislativas e
para manter um apoio com percentagens norte-coreanas no PS. O segredo está no
amor. Que Seguro ame o PS, para o PS o aprender a amar. Até porque, como disse o seu antecessor: "O Amor não é para ser entendido, é para ser vivido".
A prenda que daria a Jerónimo
de Sousa seria o livro a História do Partido Comunista Português, de João Madeira. É que o secretário geral d’O
Partido comemora, neste ano de 2014, uma década à frente do PCP, estando a dois
anos de igualar a longevidade de Carvalhas. Jerónimo é parte da história do
partido comunista e não é desde que é líder, mas desde que iniciou a sua atividade parlamentar como o jovem deputado que não queria ser chamado de doutor nem de
engenheiro.
A Paulo Portas oferecia um Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora para que saiba o significado da palavra
irrevogável. Além disso o dicionário é laranja, o que ajudará o líder centrista
a não estranhar tanto a cor dos companheiros de Governo. Já agora cá está uma
definição da palavra num dicionário:
irrevogável (do latim irrevocabilis,
-e); adjectivo de dois géneros; 1. Que não se pode revogar; 2. Definitivo.; 3.
Que não torna atrás.
A Catarina Martins e João Semedo oferecia uma dúzia
de Barretes, da Cabana dos Parodiantes de Salvaterra de Magos, para matarem
saudades dos tempos em que o Bloco de Esquerda tinha uma autarquia. Tendo em
conta o sucesso do Bloco de Esquerda no ano de 2013, oferecia ainda o documentário O Desastre de Chernobyl para que
percebam que as coisas bicéfalas (ou tricéfalas) só são normais na mitologia da
Antiguidade Clássica.
Por fim, ao Presidente
da República oferecia o São Horas de Acordar, um livro infantil
da editora Horizonte, o livro O Escândalo do BPN, da Gradiva, e
ainda As Funções do Presidente da República, de Luís Barbosa
Rodrigues.
São prendas de 6 de janeiro, mas dadas com muito carinho, já compradas com euros de faces letãs e aconselhadas por dois reis magos: o Belchior e o Baltazar. O Gaspar perdeu toda a sua credibilidade, desde que o deputado comunista Honório Novo disse que tinha um gato com o seu nome.
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