segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um dia havemos de ir ao Palau

A vida só é bem aproveitada se tivermos objectivos bem definidos. O meu grande objectivo de vida é ir ao Palau. Poderei fazer a minha viagem de sonho à Índia, mas nada se comparará ao Palau (e desculpem se prefiro dizer “ao Palau” em vez de “a Palau”).

Nada pode bater um país onde os habitantes se apresentam como construtores exímios de canoas – já que a subida do nível das águas do mar os ameaça cada vez mais, essa arte é capaz de dar jeito, digo eu.

Em segundo lugar, ter o búzio marinho como um dos instrumentos musicais típicos do país é no mínimo invulgar – devem estar a pensar que cá em Portugal também há disso, mas continuo a achar que não tem comparação, que é como comparar um pastel de nata da China a um pastel de nata de Portugal (aviso já que os pastéis de nata chineses são pouco doces e esbranquiçados demais).
Foto: Thor Vaz de Leon/Lonely Planet Photographer
A esta hora já várias pessoas deixaram de lado este post do nosso querido Quejo Trivial para ir ao Google procurar fotos das praias do Palau, já estão a sonhar com o clima tropical, a ver receitas com batata doce e mandioca, a rirem-se porque o país tem um dia dos jovens e outro dos idosos, ou então estão a avaliar o consumo de canábis no pequeno território.

Enquanto isso eu podia falar da História, da democracia ou das finanças do país. Mas não me apetece. Simplesmente porque, enquanto isso, eu fui pela milésima vez visitar o site oficial do Palau e já estou a sonhar, planeando a melhor e mais barata forma de voar para o arquipélago da Oceânia. E a pensar que talvez seja uma boa ideia fazer mergulho enquanto por lá estiver e que não posso esquecer a máquina fotográfica para imortalizar em alta definição os pássaros e as flores exóticas.

Há quem diga que alguns pontos do arquipélago são o princípio de tudo. E poderia lá ser de outra maneira num sítio onde os habitantes adoram acrónimos e os colocam por toda a parte em letreiros como “WAVE - Welcome All Visitors Enthusiastically” ou “STARS - Start Treating Alcohol Related Symptoms”?

Confesso que o que mais me fascina é a diferença horária em relação a Portugal, a distância, a dimensão do território. E que o que mais temo é que as ilhas desapareçam com a subida do nível do mar ainda antes de eu ir lá. A Amália Rodrigues cantava que um dia havemos de ir a Viana. A Viana do Castelo eu já fui. Ao Palau é que não. Mas hei-de ir.

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